quarta-feira, 27 de julho de 2011

Teatróloga versa sobre Teatro Didático, Teatro Político e Estética

Nesse vídeo, a teatróloga paulista Ingrid Koudela discute sobre Teatro Didático, Teatro Político e Estética, além de assuntos transversais como o senso de humor brechtiano. Bandeiras da Cia. Sem Nome #valeapena

sábado, 9 de julho de 2011

Para entender o Teatro Épico


Encontrei esse vídeo do professor de Artes Cênicas Lindomar Araújo e achei super didático pra explicar e conceituar o Teatro Épico, de Brecht. Vale a pena assistir e descobrir as diferenças entre Épico e Dramático. Além de entender a relação do Distanciamento/Estranhamento com os conceitos de Stanislavski. Como na Rapadura trabalhamos nessas linhas, nada mais importante do que mostrarmos essa bandeira. 

terça-feira, 5 de julho de 2011

"Rapadura é doce, mas não é mole não!", por Danilo Castro

"...o ator ou a atriz só assim se reconhece quando passa a agir conforme aqueles que já gozam de legitimidade ou posição. A validação pelos pares é pautada nas relações existentes entre os indivíduos daquele grupo, e a arte possui forte essência de atividade coletiva; [...] esta relação fundamenta-se na confiança, admiração e amizade."

GIFFONY, Gyl
"De Quem é a Cena?", 2010


por Mateus Rocha no TJA, 2010
Hoje, 6 de julho de 2011, a Cia. Sem faz aniversário. Há exatamente 3 anos estávamos tensos e ansiosos atrás das cortinas do Teatro Sesc Emiliano Queiroz no 5º Festival de Esquetes da Cia. Teatral Acontece (Fecta). Quando as cortinas se abriram naquela noite e os primeiros risos brotaram após alguns minutos, que alívio! Percebemos que as coisas estavam funcionando. Mal imaginávamos que dali surgiria o espetáculo que somos hoje. Mal imaginávamos que nos tornaríamos uma companhia de teatro profissional. O tempo foi nos dando maturidade para entendermos o que é ser artista e encarar profissionalmente essa realidade difícil. Foram muitas barreiras e ainda hoje enfrentamos dificuldades mil, mas sinto que caminhamos num rumo certo. E estamos nos reafirmando com nosso teatro político e didático, descobrindo a cada ensaio as possibilidades que Brecht e o metateatro propõem.

Por Aline Sampaio no CCDragão do Mar, 2009
Ainda lembro das risadas da Larissa na primeira vez em que ela leu o texto. Lembro do dia em que convidamos o Clark, sem conhecê-lo bem, para integrar o elenco. Lembro dos primeiros ensaios na Casa de Artes do IFCE, das nossas primeiras contestações quando estávamos nos descobrindo com esse novo teatro que a academia nos proporcionou: “Como assim, não vai ter coxia? Vou trocar de adereço na frente de todo mundo?”... Das apresentações estranhas como aquela numa comunidade do Bairro Castelão e das apresentações excelentes no CCBNB. Sim. Deu certo.

Primeira logo, 2008
Ser um Sem Nome hoje não significa uma ausência de identidade, acho que sem querer isso nos deu um caráter mutável que permitiu a evolução da Rapadura de 2008 até hoje. Na última reunião tivemos um encontro com o figurinista Oráculo e percebemos que esse caráter mutante faz parte da companhia e que o figurino é um reflexo disso. É uma mutação que caminha numa direção cada vez mais próxima de um ideal inalcançável.

Acho que a Rapadura, nos seus ideais é isso, a busca destemida por uma utopia. Queremos mudar o mundo e não temos medo de dizer isso, por mais piegas que essa frase seja. Aos poucos estamos reforçando nosso compromisso social através da nossa campanha de arrecadação de livros, que caminha a passos lentos, mas acelera um pouquinho a todo instante.

Por Aline Sampaio no CCBNB, 2010
Uma companhia de teatro permite uma troca inexplicável de saberes e, e mesmo quando se torna uma “empresa”, com obrigações financeiras, de divulgação, produção, editais, etc, continua repleta de uma sensibilidade que só mesmo a arte permite. 

Conhecemo-nos mais a cada dia, entendemo-nos mais a cada dia. E os conflitos aparecem naturalmente e são essenciais para a consolidação da identidade do grupo, que ainda precisa enxergar que é preciso lutar sem rédeas por um mesmo ideal, TODOS, e que tudo que fizermos ainda é pouco diante do que temos pela frente, não só em relação à campanha e à realidade do analfabetismo no Brasil, mas em relação ao espetáculo como um todo, ao próprio teatro e aos nossos futuros como artistas.

Desenho de Clark Ribeiro, 2009
Acredito na arte como a transgressão humana permitida pela sociedade. Somos transgressores autorizados por sermos reconhecidos como artistas, precisamos fazer bom uso dessa transgressão, impondo a teoria quando necessário e jogando-a no lixo por vezes também para dar lugar ao choro, ao diálogo, às brigas, às alegrias, ao futuro. E acredito que podemos mais, que esse aspecto colaborativo também possa se tornar estudo, método, etc. Caminhemos!

Rapadura no Colégio Ágnus, 2008
Nesses 3 anos de história, parabenizo meus amigos-autores-atores-diretores-produtores-loucos-chatos-engraçados-e tudo mais, Clark Ribeiro e Larissa Cândido. Parabenizo também Felipe Sales, Andrei Bessa, Amidete Aguiar, Thayla Gomes, Walmick Campos, Aline Sampaio, Elvis Jordan, Natália Régia, Mateus Rocha, Graco Alves e todos aqueles que de alguma forma contribuíram para levarmos a cerca de 4 mil espectadores a Rapadura mutante que nos tornou no que somos hoje: um trio de jovens artistas que, mesmo diante das adversidades que o teatro impõe, acreditam no poder transformador que ele pode proporcionar.

Danilo Castro
Autor e membro da Cia. Sem Nome
Fortaleza, 6 de julho de 2011